quarta-feira, 18 de novembro de 2009

É o que sinto

Leiam pela acentuação e não linha a linha, senão não faz sentido algum; e sim, vão ter de o reler várias vezes para o perceber completamente, encarem-no como um desafio!


Tão abstracta é a ideia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a ideia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.


Já agora....ler ao som de Porcupine Tree. It sounds perfect to me !

Difícil dizer qual o mais belo. Se o poema se a música.

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