quinta-feira, 17 de junho de 2010

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.


Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)


Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


Alexandre O’Neill

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